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Sociedade de Pediatria do RS esclarece dúvidas sobre casos de Meningite

Apesar de não haver surto, indicação é de que os pais mantenham sempre em dia o calendário de vacinação dos filhos


Os casos de meningite bacteriana registrados no bairro Jardim Betânia, em Cachoeirinha, colocaram a população em alerta. A Sociedade de Pediatria do RS esclarece algumas dúvidas comuns em relação ao assunto e assegura que não há motivos para pânico, mas destaca a importância dos pais, de forma permanente, mantenham em dia a imunização dos filhos. Os casos registrados no município da região metropolitana são do tipo C, que é o tipo já incluído no calendário de vacinação desde 2010.


Segundo o membro do comitê de infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Juarez Cunha, a duração da proteção da vacina Meningococo C é em média de 5 anos e depois disso, o efeito começa a diminuir. A rede de saúde oferece essa vacina para crianças de até dois anos. As doses estão no calendário vacinal e são aplicadas aos três e aos cinco meses de vida dos bebês, com reforço aos 15 meses (um ano e três meses). Este reforço pode ser aplicado até os dois anos de idade.


- Para quem pretender complementar e fazer a imunização do tipo B é obrigatório que seja feita na rede privada, que oferece ainda a tetravalente que protege contra os tipos A, C W e Y. Essas duas vacinas são recomendadas para crianças e adolescentes pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É importante esclarecer que cada tipo de imunização possui valores diferenciados, o que muitas vezes deixa a população confusa achando que houve uma elevação dos preços - afirmou Cunha.


Até o momento, os casos são considerados isolados e não influenciam a incidência dos demais tipos de bactérias. Porém, em virtude de as bactérias causarem doenças graves é fortemente recomendado que, quem puder, busque as vacinas para se proteger. O especialista explica que a imunização recém lançada do tipo B ainda é cara, porque somente um laboratório produz, através de uma tecnologia bastante cara (engenharia genética). Até o momento, tanto a Vacina B como a ACWY não foram incluídas na rede pública.

 

Conforme alerta emitido pela Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria Municipal de Saúde, em Porto Alegre, em 2015, foram confirmados 11 casos de meningite meningocócica, em sua maioria são Meningococo C. Não se observa, no momento, aumento de casos por outros agentes como Meningococo B, W ou Y. Há 2 vacinas, disponíveis apenas na rede privada, que são a vacina quadrivalente (protege contra os tipos A,C,W,Y) e vacina contra o Meningo B. Para garantir a imunização das crianças desta faixa etária, os pais devem se dirigir às Unidades de Saúde. As salas de vacinas funcionam das 8h às 17h e nas unidades com Saúde da Família o horário é das 8h às 12h e das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira, junto com a caderneta de vacinação. As unidades continuam vacinando crianças com menos de cinco anos contra a gripe.


A enfermeira Maria de Fátima Pinho de Bem, técnica responsável pelas meningites na Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), enfatiza que Porto Alegre não registra surtos da doença. A Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da CGVS realiza busca ativa diária de pacientes portadores da doença em hospitais da Capital, além de manter plantão durante 24 horas para receber novos casos.


A meningite é a inflamação das meninges (membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal). Pode ser causada vírus, bactérias, fungos e protozoários. Os sintomas da doença são dor de cabeça, febre, vômitos em jato, rigidez de nuca (de fácil detecção ao exame físico médico). Crianças muito pequenas podem apresentar prostração ou irritabilidade. O responsável pela diretoria de Defesa Profissional da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul e coordenador da Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Prefeitura de Porto Alegre, Benjamin Roitmann, destaca que os números da capital não caracterizam surto ou epidemia de doenças meningocócicas.


Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça severa, náuseas, vômitos, confusão mental, convulsões, rigidez de nuca em pacientes mais comprometidos. Um sintoma especialmente importante é o aparecimento de manchas vermelhas no corpo. Em crianças menores de um ano, os sintomas são menos evidentes: febre, recusa alimentar, irritabilidade ou sonolência e prostração e, em alguns casos, abaulamento da moleira. Os sintomas das meningites virais e bacterianas são os mesmos. Diferente das virais, a meningite bacteriana, pode ser fatal. As pessoas com sintomas de meningite devem procurar, imediatamente, atendimento médico.

 

Redação: Marcelo Matusiak
Colaboração: Prefeitura de Porto Alegre / Secretaria Municipal de Saúde.

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