A modernidade e o avanço das tecnologias trouxeram benefícios e desafios para a prática da medicina. Compreender como se portar nas mídias sociais e como a utilização de aplicativos pode agregar no atendimento diário são temas que serão abordados durante o IX Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. O evento ocorre entre a quinta-feira (01/06) e o sábado (04/06), no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre (RS).

O debate sobre a nova relação médico-paciente ocorre na tarde de quinta-feira (02/06), durante a mesa "Desafios da modernidade", que conta com dois painelistas. O chefe associado do serviço de medicina intensiva e emergência pediátrica do Hospital São Lucas (PUCRS), Cristian Tedesco Tonial, explanará sobre os aplicativos que todo pediatra deve conhecer. Já o neurologista e fundador do Medicinia, plataforma de comunicação e interatividade clínica, Daniel Branco, abordará o comportamento dos pediatras via redes sociais e por meio de aplicativos de comunicação genéricos, como o WhatsApp.

Reconhecendo os benefícios da tecnologia na área médica, Tonial afirma que é necessário fazer um uso consciente e responsável desta plataforma.

- Na área pediátrica, diversos aplicativos estão facilmente disponíveis para computadores, tablets e smartphones. Aplicativos para comunicação entre pais e pediatras, entre os próprios pediatras ou entre pediatras docentes e residentes aceleram a discussão de casos, mesmo à distância, sem a necessidade de aguardar a consulta do dia seguinte - comenta Tonial.

O pediatra cita ainda que os aplicativos são capazes de reunir décadas de medicina baseada em evidências, dispondo de praticamente todos os temas pediátricos com métodos, diagnósticos, tratamentos, doses e medicamentos além de calculadoras médicas.

- Além disso, contamos com redes sociais médicas, de diversas especialidades, para discussão de casos com outros colegas em qualquer parte do mundo. Resumindo, a utilização de aplicativos na área pediátrica é bem-vinda, necessitando um constante aprendizado das novas tecnologias, sempre priorizando o seu uso com responsabilidade - completa Tonial.

Na nova relação entre pacientes e médicos, a interatividade é crescente e exigiu que novos aplicativos fossem criados para este fim. Daniel Branco afirma que as redes sociais não oferecem estrutura, muito menos a segurança necessária para um relacionamento médico-paciente online adequado.

- Redes sociais, como o próprio nome diz, são canais para relacionamentos sociais e superficiais, entre amigos e familiares. O contato online para atendimento continuado de pacientes deve ser feito por meio de plataformas profissionais desenvolvidas para este fim, como o Medicinia - comenta Branco, lembrando que a interação via redes sociais prejudica a relação, misturando o social com o profissional, a família com os pacientes.

Para Branco, o novo paciente é digital e espera a mesma facilidade de acesso que tem a tantos serviços (bancos, táxi, supermercados) também no que diz respeito ao cuidado de sua saúde. O ideal é ter um perfil público para a divulgação do nome do médico e do consultório/clínica, sempre observando as regras estabelecidas pela Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame).

- Os canais pessoais dos profissionais de saúde não devem receber pacientes - sugere o neurologista.

A mesa de debate tem início às 16h45min, se estendendo até as 18h, com espaço para discussão com o público. O pediatra Benjamin Roitman será o moderador da conversa.

Durante o Congresso também ocorre o VII Simpósio Sul-Americano de Pediatria. Inscrições e programação completa estão disponíveis no site www.gauchopediatria.com.br.

Redação: Francine Malessa
Foto: Marcelo Matusiak
PlayPress Assessoria de Imprensa