Os apelidos podem surgir como uma maneira de diferenciar pessoas com mesmo nome, entre familiares ou até colegas. Podem ser apenas diminutivos ou abreviações. Até aí, tudo funciona bem. O reflexo dessa alcunha dada a uma criança, porém, pode não ser o mais positivo. O pediatra e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do RS (SPRS), Renato Santos Coelho, faz o alerta da importância de se observar alguns detalhes a respeito.
- O apelido pode trazer um fortalecimento e estreitamento nas relações ou afastar e causar consequências psicológicas negativas. O que define os benefícios ou malefícios podem ser identificados no propósito, a forma como a pessoa em questão o recebe e da maneira como aqueles que colocam o apelido se referem a ele, se é de forma afetiva ou não - explica.
A orientação para os pais é terem atenção a essas questões, escutar a criança e se colocar no lugar dela. É importante buscar soluções para esses problemas em conjunto com a criança, porém, não ao ponto de fazer as coisas por ela. A dica mais antiga que é dada, para que se ignore o apelido e mostrar que não afeta, é tratada como algo fácil para se dizer, porém, difícil se fazer.
- Busque respostas junto com o seu filho, deixe ele achar as suas soluções e, assim permitir que ele saia de um diálogo com a sensação de que a resposta veio dele, ajudada pelo adulto que tem a função de proteger e educar. Defender a criança de forma aberta, lidando de frente com os amigos que insistem em usar o apelido, não é recomendado. Pode funcionar, mas também pode deixar a criança numa posição humilhante e com baixa autoestima - ressalta.
Os casos que ultrapassam a barreira da brincadeira e se tornam bullying, devem ser tratados como tal. Quando isso acontece é necessário iniciar um tratamento com ajuda da equipe de psicopedagogos da escola em conjunto com os pais.
Redação: Giovanni Andrade
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