O cuidado com a infância é determinante para a saúde e o bem-estar de toda a vida. No Dia da Infância, celebrado em 24/08, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) destaca que experiências positivas nos primeiros anos influenciam diretamente o desenvolvimento físico, emocional e social da criança, com reflexos duradouros na vida adulta.

Segundo o psiquiatra e pediatra Victor Mardini, o vínculo afetivo estabelecido desde a gestação entre pais e bebês tem papel essencial para a formação de redes neurais funcionais e para a prevenção de dificuldades futuras.

“Experiências sensoriais, afetivas, sociais e educativas durante a infância desempenham um papel essencial na modelagem das conexões cerebrais. Situações estressantes ou traumáticas podem comprometer esse processo, favorecendo padrões atípicos de desenvolvimento”, declarou.

O médico também alerta que a falta de tempo dos pais, somada ao uso excessivo de telas, pode fragilizar vínculos familiares e afetar o desenvolvimento saudável.

“Temos observado refeições sem diálogo, brincadeiras substituídas por aparelhos eletrônicos e crianças cada vez mais cedo em contato com celulares e tablets. Esse afastamento afetivo pode ser difícil de reverter em etapas posteriores da vida”, disse Mardini.

Para o especialista, pediatras, famílias e educadores devem atuar de forma integrada. Ele reforça que o pediatra, em especial, é um aliado fundamental para orientar os pais, diagnosticar descompassos e intervir precocemente quando necessário.

“O pediatra é respeitado pelas famílias e tem a oportunidade de ser ouvido desde a gestação até os anos iniciais da criança. É ele quem pode romper ciclos nocivos e ajudar a formar adultos mais saudáveis e resilientes”, afirmou.

A SPRS ressalta que promover ambientes seguros, afetivos e com estímulos adequados é um investimento no futuro da sociedade.
 

Redação: Marcelo Matusiak
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